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Mercosul avança em acordo com EFTA e livre comércio com quatro países europeus

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, lembrou que as negociações com a Efta foram marcadas por "persistência e espírito de cooperação" - Foto: Júlio César Silva/MDIC

Parceria com Associação Europeia de Livre Comércio cria mercado de 290 milhões de pessoas


Em um movimento estratégico para contrabalançar a desaceleração da economia brasileira e as barreiras protecionistas globais, o Mercosul assinou, em 16 de setembro, um acordo de livre comércio com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), composta por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. A cerimônia, realizada no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, cria uma zona de livre comércio abrangendo 290 milhões de consumidores e um PIB agregado de US$ 4,39 trilhões, equivalente a mais de R$ 23 trilhões. Veículos como a Agência Brasil e o site oficial do governo federal destacam que o tratado, negociado desde 2017 e finalizado em junho de 2025, eliminará 100% das tarifas de importação da EFTA sobre produtos industriais e pesqueiros do Mercosul, abrindo oportunidades para exportações agrícolas como carnes bovina, de aves e suína, milho, café, frutas e sucos.

Essa parceria surge em um contexto de perda de fôlego na atividade econômica brasileira, como apontado na análise da FIEG de 16 de setembro, com retrações no IBC-Br (-0,53% em julho) e no varejo (-0,3%), embora o setor de serviços mantenha resiliência. O acordo pode mitigar esses impactos ao impulsionar o setor industrial e exportador, com projeções de acréscimo de R$ 2,69 bilhões ao PIB brasileiro até 2044, R$ 660 milhões em investimentos e R$ 3,34 bilhões em exportações adicionais, segundo estimativas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Reportagens da CNN Brasil e do InfoMoney enfatizam que, embora não absorva integralmente os efeitos do "tarifaço" imposto pelos EUA sob Donald Trump – que taxa até 50% produtos brasileiros como aço e alumínio –, o tratado representa um "passo importante" na expansão de acordos comerciais, complementando a resiliência do mercado de trabalho (desemprego em 5,6%) e ajudando a compensar a desaceleração global, incluindo o arrefecimento chinês (produção industrial em +5,2% em agosto, menor desde 2024).

Autoridades brasileiras, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o chanceler Mauro Vieira, defenderam o multilateralismo em meio a "incertezas" e "protecionismo crescente", ecoando preocupações com as tarifas americanas que afetam o Brasil como o segundo país mais impactado após a Índia. Alckmin destacou avanços sociais (geração de empregos), econômicos (integração produtiva) e ambientais, incluindo cláusulas inovadoras como benefícios para serviços digitais apenas se 67% da matriz energética for limpa – um "compromisso sustentável" alinhado à COP30 em Belém. Vieira classificou a parceria como "histórica", sinalizando defesa do comércio baseado em regras, e expressou otimismo para assinar o acordo com a União Europeia (UE) ainda em 2025, criando um mercado de 700 milhões de pessoas e 26% da economia global.

A iniciativa dialoga diretamente com o cenário internacional delineado pela FIEG, onde o Banco Central Europeu mantém juros em 2% ante inflação persistente, e os EUA mostram sinais mistos de desaceleração (produção industrial +0,1% em agosto). Publicações como O Globo e a DW Brasil notam que o Mercosul-EFTA fortalece cadeias produtivas, reduzindo dependência da China – similar à estratégia americana de fundo multibilionário para mineração de terras raras, que beneficia reservas em Goiás. Para o estado goiano, polo de minerais críticos, o acordo pode atrair investimentos estrangeiros em transição energética, ampliando exportações e mitigando a fraqueza industrial brasileira projetada em 1,7% de crescimento para 2025.

Próximos passos incluem ratificação pelos parlamentos, com expectativa de aprovação no Congresso brasileiro ainda em 2025, via cláusula de aceleração. O governo sinaliza negociações com Emirados Árabes, Canadá, México e Índia, expandindo a rede comercial iniciada com Singapura em 2023. Amid oposições como a da França no acordo UE (por questões ambientais), defensores europeus veem na parceria uma forma de compensar perdas com tarifas trumpianas e diversificar suprimentos. Em postagens no X, usuários e veículos como o Correio Braziliense e o G1 celebram o potencial de elevação do PIB, enquanto críticos questionam se é uma "reassinatura" de negociações antigas.

Especialistas consultados por fontes como Veja e BPMoney argumentam que, em um PIB brasileiro projetado em 2,16% para 2025, tais acordos são cruciais para um "pouso suave", equilibrando desaceleração com inovação e sustentabilidade, sem comprometer setores sensíveis. O desafio persiste: transformar essas parcerias em crescimento tangível para a indústria, em um mundo volátil de tarifas e slowdowns econômicos.

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